Parada Cultural do Movimento Vidas Negras Importam agita Porto Alegre
Deputada Luciana Genro participou de evento antirracista, que reuniu artistas, militantes e apoiadores no Centro da Capital
Foto: Ascom Luciana Genro
A Parada Cultural do Movimento Vidas Negras Importam RS reuniu, no sábado (2) artistas, militantes e apoiadores da causa antirracista no Boteco do Paulista, no Centro de Porto Alegre. A convite de Gilvandro Antunes, integrante do coletivo, a deputada Luciana Genro (PSOL) participou de uma das mesas do evento, que teve como tema “A segurança pública que temos e a que precisamos”.
Os slammers Mika e Fernandinho fizeram a abertura da Parada, trazendo uma apresentação que uniu música com poesia falada, abordando as lutas e desafios do povo negro.
Em sua fala, Luciana Genro destacou a importância da escuta, especialmente para pessoas brancas. “A gente precisa ouvir e acolher o que a gente escuta. Foi ouvindo que percebi a importância de reconhecer nosso lugar de privilégio”, apontou.
A deputada abordou alguns de seus projetos que buscam melhorar a vida da população negra, como o que prevê o uso de câmeras em fardas e viaturas policiais, que beneficiaria especialmente pessoas negras e periféricas, assim como os próprios trabalhadores da segurança pública.
“Os policiais também fazem parte da classe trabalhadora, muitos são negros. E reproduzem a violência que eles também sofrem na corporação. O uso de câmeras traz menos mortes da população e de policiais, isso já está comprovado. Não vai solucionar todos os problemas, mas pode ajudar a combater essa violência estrutural contra a população negra e periférica”, colocou.
Luciana Genro também falou de seu projeto de lei que prevê mais segurança trabalhista para terceirizados, determinando uma série de requisitos que o Estado deverá exigir das empresas ao firmar contratos.
“As terceirizadas em sua maioria são mulheres negras, que estão nos empregos mais precários e mal pagos”, refletiu.
A mesa contou com a mediação da pedagoga Kelly Jesuíno, integrante do Movimento Vidas Negras Importam, e da defensora pública Mariana Py Muniz.