Uma opinião sobre o 8º Congresso do PSOL e sua repercussão
A derrota da tentativa de golpe na proporcionalidade da direção e a agressão covarde contra um dirigente da esquerda do partido marcaram o Congresso
1) Foi derrotada uma tentativa de golpe na proporcionalidade do partido, onde a maioria do PTL buscou controlar a presidência, a tesouraria e a fundação. Porém, devido a unidade entre o Bloco Democrático e de Esquerda com a Insurgência (que compõe o PTL), essa posição que rompia a democracia do partido não teve correlação de forças para se impor. De tal forma, a presidência da fundação partidária, Lauro Campos e Marielle Franco, será ocupada por quem tem direito pela proporcionalidade, isto é, pelo MES;
2) O Congresso foi tenso, polarizado e com forte atuação do aparelho da maioria sob parcelas dos delegados. Portanto, a independência frente ao governo de conciliação de classes de Lula e a democracia interna foram a essência da polarização. Sob as bases dessas polêmicas concretas residiu a reivindicação, por parte da esquerda do partido, do legado de Trotsky na luta contra o stalinismo e a deformação do bolchevismo, que, lamentavelmente, correntes que se reivindicam trotskistas, como a Resistência (oriunda do PSTU), ignoraram esse legado e capitularam sem hesitar as posições adesistas ao governo de conciliação de classes e antidemocráticas encabeçadas pelo grupo de Boulos e a Primavera Socialista, chegando ao ponto de votar na mesma resolução internacional que incluía em sua redação, a relação do PSOL com a Internacional Progressista;
3) Sobre a “troca de socos”, a verdade é que o Congresso foi acalorado, como são os congressos de um partido vivo e que atua na realidade, disputando setores da vanguarda militante e do movimento de massas. No entanto, até a implosão das defesas de resoluções, o que ocorreu foram discussões ríspidas. Mas, no marco do debate de ideias. O que viralizou nas redes da mídia e se tornou notícia na imprensa burguesa (como a imagem da matéria do Globo), foi a covarde agressão PELAS COSTAS de um militante da corrente Revolução Solidária, membro do gabinete do deputado federal Pastor Henrique Vieira, sob um dirigente fundacional do partido com 40 anos de militância dedicados a causa socialista. Assim sendo, o método lumpem e de gang (inaceitável em qualquer partido, sindicato, agremiação e associação), que também tentou ser aplicado no Congresso do PSOL/RJ, deve ser veementemente rechaçado do PSOL. Por isso, o que se espera de uma organização saudável e de dirigentes honestos, dentro das instâncias cabíveis, é a expulsão do agressor dos quadros de filiados do nosso partido. Essa medida é necessária para reestabelecer a política como fator determinante que atue nas divergências e nas convergências do PSOL.