Raqqa se ergue: o Dia Internacional da Mulher no antigo reduto do Estado Islâmico
A cidade síria que foi “capital” do Estado Islâmico é palco hoje de um imponente movimento de mulheres
Via Green Left
As mulheres de Raqqa saíram às ruas em 3 de março para dar início a uma semana de eventos para marcar o Dia Internacional da Mulher em 8 de março, demonstrando a resiliência da cidade diante dos desafios.
A marcha celebra não apenas o significado global do dia, mas também a notável transformação de Raqqa de um reduto do Estado Islâmico (ISIS) em um símbolo de esperança e mudança. As comemorações refletem um compromisso com a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres que está profundamente enraizado no contexto mais amplo do que é conhecido como a Revolução de Rojava e a administração autônoma liderada pelos curdos no norte e leste da Síria.
A Revolução de Rojava, que teve início em 2012, desempenhou um papel fundamental no estabelecimento de um sistema político que prioriza a igualdade de gênero, a sustentabilidade ambiental e a democracia direta. Em seu núcleo está a Administração Autônoma Democrática do Norte e Leste da Síria (DAANES), que está comprometida com a governança inclusiva e os direitos das mulheres. Por meio de várias políticas e instituições, a administração garante a participação das mulheres em todas as esferas da sociedade, inclusive na política e na defesa.
As comemorações de uma semana nas cidades do norte e do leste da Síria, incluindo Raqqa, enfatizam o papel fundamental da revolução de Rojava e do DAANES na reformulação das normas sociais e no empoderamento das mulheres em uma região assolada por conflitos.
Enquanto Raqqa e outras cidades do norte e do leste da Síria continuam a comemorar o Dia Internacional da Mulher, o espírito da revolução de Rojava e os princípios da administração autônoma liderada pelos curdos ressoam por meio de marchas, seminários, workshops e apresentações culturais. Esses eventos não apenas celebram as conquistas das mulheres, mas também reafirmam o compromisso com uma sociedade democrática, inclusiva e igualitária, abrindo caminho para um futuro em que a igualdade de gênero não seja apenas um ideal, mas uma realidade vivida.