‘Pedágio, Não!”: junte-se ao abaixo assinado
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‘Pedágio, Não!”: junte-se ao abaixo assinado

Parlamentares do PSOL criam movimento contra concessão de rodovias que receberão investimentos públicos bilionários antes de serem entregues à iniciativa privada

Tatiana Py Dutra 13 mar 2025, 10:17

Foto: SPI/SP

A população paulista está prestes a ser duplamente penalizada com a instalação de 58 novos pedágios em rodovias do estado até 2030. A medida, defendida pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), não só impõe mais um custo direto aos motoristas como também faz com que os contribuintes arquem, por meio de impostos, com um investimento bilionário na infraestrutura viária, antes de entregar essas rodovias à iniciativa privada.

Diante desse cenário alarmante, políticos do PSOL de São Paulo e da Região Metropolitana de Campinas iniciaram uma forte mobilização para impedir essa concessão, que trará impactos financeiros severos a milhões de cidadãos. A vereadora Mariana Conti (Campinas), o vereador Leandro Sartori (Itapira) e a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) lançaram o movimento “Pedágio Não! Nossa região não está à venda!”, incluindo um abaixo-assinado contra a proposta do governador.

Os projetos Circuito das Águas e o Rota Mogiana, que fazem parte do Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP), preveem a concessão de 37 trechos atualmente operados pela Renovias (cujo contrato de gerenciamente encerra-se em abril de 2026), além da inclusão de vias do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-SP). Mas antes disso, o governo vai duplicar segmentos das rodovias SP-354, SP-324, SP-332, SP-342, SP-063, SP-360, SP-133 e SP-107, ampliar faixas na SP-340 e construir o Contorno de Águas da Prata.

Embora esse pacote possa parecer benéfico, a realidade por trás da proposta é que a conta será paga pelo próprio cidadão, que financiará as obras via impostos e, posteriormente, terá que pagar pedágios para utilizá-las. As obras previstas no projeto serão viabilizadas por um investimento público inicial de R$ 15,4 bilhões. Isso significa que o governo estadual destinará um volume significativo de recursos para preparar as estradas e, em seguida, entregá-las à exploração privada, que lucrará com tarifas impostas à população.

“Ou seja, a população pagará duas vezes: primeiro, através de impostos, vai pagar pela infraestrutura e, depois, sempre que passar pelos pedágios vai pagar novamente“, denunciam os parlamentares do PSOL.

O impacto será devastador, especialmente para quem vive ou circula pelas regiões de Campinas. Estima-se que quase 6 milhões de pessoas serão afetadas diretamente (uma vez que as cidades são interdependentes) vendo seu custo de vida aumentar sem qualquer contrapartida justa.

Audiências públicas: um debate inacessível

Tentando disfarçar a falta de transparência do projeto, o governo realizou audiências públicas nesta semana em Campinas e Mogi Guaçu. No entanto, ao marcar os encontros para horários inviáveis – 10h e 14h, respectivamente – impediu a participação da maioria dos trabalhadores, que são os mais prejudicados pela medida. Nesta sexta-feira, a última audiência ocorrerá na sede da Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), também às 10h, reforçando o caráter excludente do debate.

O vereador Leandro Sartori, presente na audiência de Mogi Guaçu, criticou a escolha dos horários:

“Isso não é horário para a participação do trabalhador”, afirmou.

As consultas públicas sobre o projeto seguem até 21 de março, com a previsão de publicação do edital em julho de 2025, leilão em novembro e assinatura do contrato em janeiro de 2026. A implementação do pedágio eletrônico começará em novembro de 2026.

Se a proposta for adiante, a população paulista enfrentará mais um duro golpe em seu orçamento, pagando por um sistema viário que deveria ser um direito, não um privilégio. O movimento de resistência cresce e busca impedir essa injustiça antes que seja tarde demais.


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