1 de maio é dia do TRABALHADOR e da TRABALHADORA e não do TRABALHO!

Que este 1 de Maio sirva para lembrar da força da classe trabalhadora unida e da necessidade da mobilização por um programa real de transformações para o país.

Luciana Genro 1 maio 2018, 12:15

Parte da imprensa insiste em dizer que hoje é dia do trabalho. Não é. 1 de maio é dia do trabalhador e da trabalhadora, aquele(a) que produz, aquele(a) que é dono(a) apenas da sua força de trabalho e a vende para aqueles que são os donos das fábricas, empresas, bancos ou a vende para o Estado, no caso dos servidores públicos. Ou ainda a vende para outros indivíduos, no caso dos profissionais liberais. Trabalho é o resultado da atividade do trabalhador e da trabalhadora. A origem deste dia está, inclusive, historicamente vinculada à luta pela redução da jornada de trabalho, e a morte de oito operários em Chicago depois de uma greve violentamente reprimida.

Feita esta preliminar, é preciso dizer que os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil não têm o que comemorar neste 1 de maio. A última pesquisa do IBGE informa que o desemprego no país atingiu a marca dos 13,1% no primeiro trimestre deste ano. São 13,7 milhões de pessoas sem ocupação. É o índice mais elevado desde maio de 2017.

A situação dos desempregados é dramática e pode ser vista nas intermináveis filas em postos do SINE em todo o país. Em Porto Alegre um senhor chegou a desmaiar de fome após horas aguardando na fila por uma oportunidade de trabalho.

Vivemos tempos de reforma trabalhista no Brasil. O governo Temer foi responsável pelo maior ataque à CLT desde o fim da ditadura militar. Conquistas históricas da classe trabalhadora estão sendo distorcidas e flexibilizadas para atender aos interesses do mercado pós-crise capitalista de 2008. A receita neoliberal exige aumento da produtividade pela superexploração da força de trabalho.

Por isso precisamos observar não apenas os índices alarmantes de desemprego, mas também as condições em que se encontra o contingente de trabalhadores no Brasil. Há um verdadeiro exército de trabalhadores em condições absolutamente precárias no país. Pessoas que, diante da crise e da ausência de empregos, recorrem à informalidade para sobreviver. E trabalhadores que se submetem a subempregos formais com uma renda incapaz de fazer frente às suas necessidades mais básicas.

Em dezembro do ano passado o Brasil contabilizada 92,1 milhões de pessoas empregadas. Sendo que a maior parte – 34,2 milhões – era composta por trabalhadores informais. De acordo com o IBGE, foi a primeira vez na história que o número de pessoas sem carteira assinada superou o total de trabalhadores formais.

Os desafios colocados são imensos. É preciso uma reação forte diante de tantos ataques. A Greve Geral de abril do ano passado expressou a capacidade de mobilização e de resposta da classe trabalhadora numa conjuntura difícil. Mais de 40 milhões de pessoas fizeram o Brasil parar. Uma demonstração de que quando os trabalhadores se movem o sistema entra em colapso. Que este 1 de Maio sirva para lembrar da força da classe trabalhadora unida e da necessidade da mobilização por um programa real de transformações para o país.


TV Movimento

Balanço e perspectivas da esquerda após as eleições de 2024

A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco debate o balanço e as perspectivas da esquerda após as eleições municipais, com a presidente da FLCMF, Luciana Genro, o professor de Filosofia da USP, Vladimir Safatle, e o professor de Relações Internacionais da UFABC, Gilberto Maringoni

O Impasse Venezuelano

Debate realizado pela Revista Movimento sobre a situação política atual da Venezuela e os desafios enfrentados para a esquerda socialista, com o Luís Bonilla-Molina, militante da IV Internacional, e Pedro Eusse, dirigente do Partido Comunista da Venezuela

Emergência Climática e as lições do Rio Grande do Sul

Assista à nova aula do canal "Crítica Marxista", uma iniciativa de formação política da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do PSOL, em parceria com a Revista Movimento, com Michael Löwy, sociólogo e um dos formuladores do conceito de "ecossocialismo", e Roberto Robaina, vereador de Porto Alegre e fundador do PSOL.
Editorial
Israel Dutra | 21 dez 2024

Braga Netto na prisão. Está chegando a hora de Bolsonaro

A luta pela prisão de Bolsonaro está na ordem do dia em um movimento que pode se ampliar
Braga Netto na prisão. Está chegando a hora de Bolsonaro
Edição Mensal
Capa da última edição da Revista Movimento
Revista Movimento nº 54
Nova edição da Revista Movimento debate as Vértices da Política Internacional
Ler mais

Podcast Em Movimento

Colunistas

Ver todos

Parlamentares do Movimento Esquerda Socialista (PSOL)

Ver todos

Podcast Em Movimento

Capa da última edição da Revista Movimento
Nova edição da Revista Movimento debate as Vértices da Política Internacional

Autores

Pedro Micussi