Falta de Água há Dois Dias: Calamidade Pública em Ponta Grossa
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Falta de Água há Dois Dias: Calamidade Pública em Ponta Grossa

Situação crítica na cidade paranaense exige respostas através da mobilização popular

Leandro Santos Dias 18 mar 2025, 14:27

A cidade de Ponta Grossa está há 48 horas seguidas sem água, caminhando para 72 horas de desabastecimento. Escolas estão dispensando aulas, serviços públicos foram paralisados, incluindo a própria prefeitura.

A Sanepar, companhia responsável pelo saneamento, teve um aumento de 1.000% nos lucros e dividendos nos últimos anos, mas, ao que parece, não investiu um real na ampliação da captação e tratamento de água.

Há quase dois meses, Ponta Grossa vem sofrendo com racionamentos e falta d’água, principalmente nos bairros mais pobres e periféricos.

Uma CPI foi aberta na Câmara, e o óbvio apareceu: apesar do lucro exorbitante da Sanepar, não houve investimentos na ampliação da captação de água. O problema não é a falta de água, mas sim a incapacidade operacional da companhia em captar e tratar um volume suficiente para atender o crescimento da cidade.

Mesmo com esse histórico, a prefeitura assinou um contrato de 50 anos de concessão com a Sanepar, sem qualquer exigência concreta de ampliação do sistema, mesmo com o desabastecimento já sendo recorrente nos últimos cinco anos. O resultado não poderia ser mais desastroso.

Além disso, descobriu-se na CPI que a Agepar, agência reguladora responsável pela fiscalização do contrato, praticamente nada fez para cobrar investimentos da Sanepar, jogando a responsabilidade para a prefeitura.

Agora, nos últimos três dias, a companhia iniciou, de forma desastrosa, uma obra que deveria ter sido feita anos atrás. Sem planejamento adequado, cortou o abastecimento de 70% da cidade, sem qualquer previsão concreta de normalização, apenas fazendo promessas que não vêm sendo cumpridas.

Calamidade Pública

É urgente que nossos governantes decretem calamidade pública, pois a falta de abastecimento atinge hospitais, postos de saúde, escolas e equipamentos públicos essenciais para o funcionamento da cidade.

Os movimentos sociais, entidades e sindicatos precisam se organizar para reagir, de forma horizontal, democrática e inclusiva, estabelecendo uma pauta clara e respeitando todos e todas que têm disposição para a luta.

Infelizmente, parte da mobilização que surgiu se destaca mais por proibir pessoas do que por propor soluções. O momento exige unidade, pois a situação é grave. Ficar apenas chamando diretores da Sanepar para prometer soluções que nunca chegam não está funcionando. É preciso ir além.

Comitê em Defesa da Água

Os movimentos sociais e ativistas precisam constituir um comitê permanente em defesa da água, para que a indignação popular não seja instrumentalizada por oportunistas que, no fundo, são coniventes com essa crise.

É necessário ir para as ruas, mas de forma organizada, democrática e sem exclusões políticas motivadas por desafetos pessoais. O momento exige responsabilidade e unidade entre todos aqueles que realmente querem lutar.

Este movimento precisa construir uma pauta de reivindicações urgentes, sendo as principais:

Racionamento justo, incluindo o setor agropecuário e industrial, para que não sejam apenas os mais pobres os penalizados;

Caixas d’água para quem precisa, com a prefeitura e o governo estadual providenciando, de forma emergencial, reservatórios para as famílias mais vulneráveis;

Caminhões-pipa emergenciais em pontos estratégicos para atender a população de forma rápida e eficaz;

Suspensão imediata das cobranças da Sanepar enquanto a companhia não cumprir suas obrigações contratuais;

Audiências públicas para cobrar investimentos da Sanepar e garantir fiscalização séria sobre o contrato de concessão;

Suspensão imediata das aulas até que o abastecimento seja normalizado, garantindo condições mínimas de higiene e segurança sanitária nas escolas.

Este texto é um chamado à ação para todos os lutadores e lutadoras de Ponta Grossa. A crise hídrica não atinge ricos e pobres da mesma forma. Enquanto alguns têm reservatórios que garantem dias de abastecimento, milhares de famílias não têm acesso sequer ao básico.

É hora de agir e constituir um movimento permanente, para que não fiquemos reféns de mais dias seguidos sem água.

Ponta Grossa, 18 de março de 2025.


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Autores

Camila Souza