Para evitar uma escalada bélica, armas para a Ucrânia!
A resistência antifascista do povo ucraniano contra Putin exige todos os meios de solidariedade
Foto: UCNews/Reprodução
Desde a reversão abrupta da política dos EUA em relação à Ucrânia, as concessões russas obtidas pelo presidente Trump foram inexistentes. O cessar-fogo na infraestrutura de energia não foi implementado; pior, os bombardeios em território ucraniano nunca foram tão intensos, enquanto a abertura de um corredor para retomar o comércio marítimo no Mar Negro só beneficia a Rússia.
Essas negociações privam o povo ucraniano dos meios essenciais para sua defesa, ao mesmo tempo em que ajudam o regime russo a esconder o desastre militar e humano de sua ofensiva. As últimas ameaças de Trump de sanções contra a Rússia fazem parte dessa lógica assimétrica. Sua irritação com a imobilidade de Putin, em quem ele continua a depositar “sua confiança”, não foi seguida por nenhuma ação. Ao mesmo tempo, o presidente dos EUA pediu à Ucrânia que assinasse um acordo sobre minerais sem demora, o que estabeleceria um novo tipo de colonialismo econômico. Ciente de sua vantagem, Putin continua a jogar a carta do maximalismo, convocando eleições na Ucrânia ocupada.
Armas, não discursos
No entanto, o povo ucraniano continua unido em defesa de seu direito à autodeterminação. Pois
se a Ucrânia for dividida, as milhões de pessoas que estão nos territórios ocupados ou que tiveram que fugir não terão para onde voltar. Eles sabem que um resultado que recompense enormemente o agressor só fortalecerá o regime autoritário de Putin e significará ainda mais repressão, especialmente nos territórios ocupados. Portanto, os ucranianos têm duas coisas em mente quando pensam em qualquer acordo: o destino das pessoas nos territórios ocupados e como evitar que a Rússia reinicie a guerra.1
Para isso, a Ucrânia precisa de armas, e precisa delas agora. Mas, do lado europeu, o perigoso excesso dos investimentos militares anunciados por alguns países (liderados pela França, Alemanha e Reino Unido) contrasta radicalmente com a fraqueza da ajuda militar concreta e imediata que eles estão fornecendo à Ucrânia. A reunião entre Zelensky e Macron finalmente resultou em dois bilhões em ajuda… em equipamentos militares antigos faturados a preços novos.
Ao lado da Ucrânia
Não vamos nos enganar: o retorno ao militarismo das potências imperialistas da Europa Ocidental não é a resposta certa para a guerra imperialista de Putin. Ainda mais quando o perigo neofascista está crescendo em todo o continente. É a resistência ucraniana que pode deter essa loucura e evitar uma escalada bélica.
Entre um bloco de conservadores e liberais, buscando defender seus interesses nacionais e continuar a atacar nossos direitos sociais, e uma esquerda presa a um pacifismo chauvinista que não oferece nenhuma solução para os povos da Europa Oriental que enfrentam o perigo neofascista, cabe a uma esquerda internacionalista e antifascista ser a melhor aliada da Ucrânia resistente. Continuaremos essa luta com orgulho!
Nota
- The left should support a just peace for Ukraine, not a Trump-Putin deal to appease the aggressor. Entrevista com o socialista ucraniano Denys Pilash – Europe Solidaire Sans Frontières, Março de 2025.
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