Bruna Biondi cobra diálogo com a USCS após fechamento de cursos
Decisão arbitrária da reitoria da universidade afeta mais de 600 estudantes. Vereadora do PSOL denuncia falta de transparência e se coloca ao lado da comunidade acadêmica em luta
Foto: USCS/Divulgação
Mais de 600 estudantes da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) estão sendo diretamente prejudicados por uma decisão unilateral da reitoria: o encerramento de nove cursos no período da manhã, empurrando os alunos para o turno noturno, sem qualquer diálogo prévio com a comunidade acadêmica. Em resposta, o mandato da vereadora Bruna Biondi (PSOL) está atuando para abrir um canal de diálogo com a universidade e defender o direito dos estudantes à permanência estudantil.
A medida afeta estudantes dos cursos de Fisioterapia, Nutrição, Psicologia, Biomedicina, Direito, Arquitetura, Educação Física, Farmácia e Ciências da Computação. A USCS alega que o encerramento dos cursos matutinos seria “necessário”, mas não apresentou nenhuma justificativa técnica ou planejamento detalhado. O silêncio e a falta de transparência da gestão universitária geraram revolta entre os estudantes, que enxergam na decisão um desrespeito à comunidade acadêmica e à função social da universidade pública.
Na semana passada, dezenas de estudantes lotaram a sessão da Câmara Municipal em busca de apoio político. Surpresos com a mudança repentina, denunciaram o caráter autoritário da decisão da reitoria e seus impactos na vida de quem depende do horário matutino para seguir estudando.
Em plenário, a vereadora Bruna Biondi se posicionou com firmeza em defesa dos estudantes. “Obrigar que os estudantes mudem de horário de estudos do dia para a noite pode prejudicar inúmeros alunos que, por exemplo, trabalham no contraturno no restante dos dias, ou muitos pais e mães que estudam no período matutino porque dedicam o outro período do dia aos cuidados da casa e de seus filhos”, apontou.
Para Bruna, além de excludente, a medida foi tomada de forma oportunista: “A decisão da reitoria foi tomada às vésperas do fim do semestre, momento em que a universidade está mais esvaziada, e que é mais difícil a articulação e a luta dos estudantes”. Apesar disso, ela destacou a força da mobilização estudantil e reafirmou o compromisso do seu mandato com a defesa da educação pública e acessível.
“Nosso mandato busca diálogo com o reitor Leandro Prearo para que possa de fato escutar a realidade dos estudantes”, declarou Bruna. “Nós estaremos de olho em todas as falsas soluções que estão sendo apresentadas para tentar desmobilizar e silenciar a luta dos estudantes. Não ao fechamento do matutino das UDCS”.
A mobilização continua. Alunos e alunas da USCS exigem respostas, transparência e respeito. Para muitos, a universidade é a única chance de garantir um futuro profissional — e não será no silêncio imposto por decisões autoritárias que essa chance será retirada sem luta.