Portugal: Bloco de Esquerda promete fazer “a oposição mais combativa à direita”
vl2a00441

Portugal: Bloco de Esquerda promete fazer “a oposição mais combativa à direita”

Eleição legislativa no país foi marcada pela derrota do governante Partido Socialista e pelo crescimento da extrema direita

Esquerda.net 11 mar 2024, 12:37

Foto: Ana Mendes/BE

Via Esquerda.Net

A reação aos resultados das legislativas por parte da coordenadora do Bloco de Esquerda foi feita numa altura em que “ainda não é totalmente clara” a situação parlamentar, dada a curta distância entre PS e PSD que pode ser alterada com os votos da emigração.

Mariana Mortágua afirmou que a virada à direita que resulta das eleições deste domingo “é o reflexo do fracasso de dois anos de uma política desastrosa da maioria absoluta do PS”.

Mas apesar desta viragem, sublinhou que “o Bloco resistiu e aumentamos em votos, cerca de 30 mil. Manteve-se firme nestas eleições, mantemos todos os mandatos”. E é com essa força que “seremos parte de qualquer solução que afaste a direita do Governo”, prosseguiu.

Nesta eleição, o Bloco voltou a eleger dois deputados em Lisboa (Mariana Mortágua e Fabian Figueiredo) e no Porto (Marisa Matias e José Soeiro) e reelegeu Joana Mortágua em Setúbal.

“Quero que o povo de esquerda saiba que terá no Bloco a oposição mais combativa à direita”, afirmou a coordenadora bloquista, prometendo contribuir para “erguer uma alternativa à esquerda para defender o nosso povo”.


Legislativas resultam em virada à direita

Numa eleição onde participaram cerca de dois terços dos eleitores inscritos, o resultado final saldou-se num crescimento da direita, apesar de a AD (incluindo a coligação PSD/CDS na Madeira) ter uma vantagem curta sobre o PS. A subida do Chega marcou esta eleição, ao triplicar o número de votos que obteve em 2022 e ultrapassar a faixa do milhão de votos e 18%. O PS perdeu quase meio milhão de votos, passando de 41,74% para 28,6%, enquanto a AD (incluindo a coligação PSD/CDS na Madeira) caiu mais de um ponto percentual em relação aos resultados dos seus partidos em 2022, para os 29,5%. A IL obteve 5,08% (4,65% em 2022), o Bloco manteve os 4,46% da anterior eleição, a CDU caiu um ponto para os 3,3% e o Livre obteve 3,26%, quase o triplo de há dois anos. O PAN conseguiu 1,93% (1,47% em 2022).

No que diz respeito aos mandatos, ainda com quatro deputados dos círculos da emigração por atribuir, o PAN fica com um lugar no Parlamento, o CDS dois, o PCP quatro, o Livre quatro, o Bloco cinco, a IL oito, o Chega 48, o PS 77 e o PSD também 77.

Nos resultados por círculo eleitoral, a AD venceu no Porto por apenas mil votos de diferença em relação ao PS e ficou em vantagem também em  Leiria, Aveiro, Guarda, Viseu, Bragança, Vila Real, Braga, Viana do Castelo, Açores e Madeira. O PS venceu em Lisboa, Setúbal, Beja, Évora, Portalegre, Santarém, Castelo Branco e Coimbra. O Chega vence no distrito de Faro, ficou em segundo em Setúbal, Beja e Portalegre e só não elege deputados em Bragança.

Numa primeira reação aos resultados ainda por fechar, a dirigente bloquista Joana Mortágua, que foi reeleita em Setúbal, afirmou que eles “confirmam uma virada à direita”, em resultado de uma “avaliação negativa daquilo que foi a maioria absoluta do PS, que também fazemos”. Quanto ao resultado do Bloco, ao manter o grupo parlamentar e subindo a votação em relação a 2022, “é um sinal de que há uma confiança no Bloco para aquilo que der e vier: seja para vir a formar uma maioria ou para ser uma oposição determinada e feroz à direita”.

Na sua declaração na noite eleitoral, o lider do PS reconheceu ser muito difícil inverter a distribuição de deputados com os votos na emigração e preferiu reconhecer a derrota e passar à oposição. Pedro Nuno Santos voltou a prometer que não votará moções de rejeição a um futuro governo da AD. “O PS nunca deixará a liderança da oposição a André Ventura”, prosseguiu. E acrescentou: “Que fique claro que não somos nós que iremos suportar um governo da AD”.

Na reação do líder do PSD, quando questionado se mantinha o seu “não é não” a um entendimento com o Chega, Luís Montenegro reafirmou essa promessa de campanha e afirmou esperar que Marcelo Rebelo de Sousa o indigite para formar governo.


TV Movimento

Roberto Robaina entrevista Flávio Tavares sobre os 60 anos do golpe de 1º de abril

Entrevista de Roberto Robaina com o jornalista Flávio Tavares, preso e torturado pela ditadura militar brasileira, para a edição mensal da Revista Movimento

PL do UBER: regulamenta ou destrói os direitos trabalhistas?

DEBATE | O governo Lula apresentou uma proposta de regulamentação do trabalho de motorista de aplicativo que apresenta grandes retrocessos trabalhistas. Para aprofundar o debate, convidamos o Profº Ricardo Antunes, o Profº Souto Maior e as vereadoras do PSOL, Luana Alves e Mariana Conti

O PL da Uber é um ataque contra os trabalhadores!

O projeto de lei (PL) da Uber proposto pelo governo foi feito pelas empresas e não atende aos interesses dos trabalhadores de aplicativos. Contra os interesses das grandes plataformas, defendemos mais direitos e melhores salários!
Editorial
Israel Dutra e Roberto Robaina | 05 maio 2024

Uma tragédia histórica e a urgência de novos rumos

A catástrofe ambiental que atinge o Rio Grande do Sul exige solidariedade imediata e medidas estruturais para que não se repita
Uma tragédia histórica e a urgência de novos rumos
Edição Mensal
Capa da última edição da Revista Movimento
Revista Movimento nº 48
Edição de março traz conteúdo inédito para marcar a memória da luta contra a repressão
Ler mais

Podcast Em Movimento

Colunistas

Ver todos

Parlamentares do Movimento Esquerda Socialista (PSOL)

Ver todos

Podcast Em Movimento

Capa da última edição da Revista Movimento
Edição de março traz conteúdo inédito para marcar a memória da luta contra a repressão