Quem foi Lluis Companys?

Setenta sete anos após seu fuzilamento pelo franquismo, não há momento mais propício para recordar e explicar quem foi este mártir da soberania catalã.

Pelai Pagès i Blanch 15 out 2017, 14:48

Lluís Companys i Jover (el Tarròs, Urgell, 1882-Barcelona 1940)

Advogado, jornalistas e político, durante os anos da Segunda República foi o segundo presidente da Generalitat da Catalunha. Muito jovem, transladou-se para viver em Barcelona, onde estudou direito e logo se interessou pela política. Republicano de primeira hora, durante os primeiros anos do século militou na Associação Escolar Republicana, na Solidariedade Catalanã, na União Federal Nacionalista Republicana e no Partido Republicano Reformista.

Em 1917, foi um dos fundadores do Partido Republicano Catalão, a quem representou como tribuno como conselheiro no Ajuntamento de Barcelona. Sensível à problemática social, como seu amigo, o também advogado, Francesc Layret, a partir de 1919, quando se iniciaram as grandes mobilizações operárias presididas pela CNT, apareceu o pistoleirismo e aumentou a repressão governamental, atuou como advogado dos trabalhadores e, por esta razão sofreu perseguições e deportações.

Em 1920, depois do assassinato de Francesc Layret, pelas mãos de pistoleiros contratados pela patronal, foi eleito deputado por Sabadell. E seguiu os mesmos passos de seu amigo na defesa dos camponeses arrendatários, contra os proprietários. Em 1921, junto a outros republicanos, foi configurando a ideia que já havia tido Layret de constituir uma organização sindical de camponeses, que foi formalmente criada em 1922 com o nome de Unió de Rabassaires i Altres Cultivadors del Camp de Catalunya [União de Arrendadores e Outros Cultivadores do Campo da Catalunha]. Companys redigiu os estatutos do novo sindicato, além de fundar e dirigir o jornal “La Terra”.

Teve uma participação decisiva na criação da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), que alcançou um êxito eleitoral inesperado nas eleições municipais de 12 de abril de 1931. Dois dias depois, foi proclamada a República desde a tribuna do Ajuntamento de Barcelona. Ao longo da etapa republicana, foi deputado nas Cortes da República, no Parlamento da Catalunha –que também presidiu – , governador civil de Barcelona e ministro da Marinha do governo republicano presidido por Azaña.

Em janeiro de 1934, sucedeu Francesc Macià, falecido em 25 de dezembro de 1933, como presidente da Generalitat da Catalunha. Impulsionou a Lei de contratos de cultivo, que falecera em 25 de dezembro de 1933, como presidente da Generalitat da Catalunha. Impulsionou a “Lei de contratos de cultivo” que ao longo de 1934 foi um motivo de tensão social e política com os proprietários de terras catalães e com o governo da República.

Em 6 de outubro de 1934, como resposta pela entrada de ministros antirrepublicanos da CEDA num governo presidido por Lerroux, proclamou o Estado Catalão da República Federal Espanhola. O movimento se desenvolveu paralelamente a uma greve geral que os sindicatos haviam proclamado em todo o Estado e a uma insurreição operária protagonizada pelos operários asturianos, que foi duramente reprimida por Franco. Com o fracasso do movimento, foi detido, julgado e condenado a trinta anos de cárcere.

Recuperou a presidência da Generalitat depois das eleições de fevereiro de 1936. Ao eclodir a guerra civil, em julho de 1936, não conseguiu evitar a hegemonia política da CNT e do conjunto das forças operárias que na Catalunha haviam feito fracassar a sublevação militar-fascista, mas preservou as instituições e conseguiu que finalmente, em setembro de 1936, o conjunto de organizações operárias se integrassem no governo da Generalitat.

A partir de outubro de 1937, abundaram seus enfrentamentos com o governo republicano de Negrín instalado em Barcelona, e em abril de 1938, uma vez a frente tendo chegado a terras catalãs, escreveu uma amarga carta a Negrín, queixando-se das arbitrariedades que estava cometendo e da marginalização que sofria o governo catalão. Em 1939, exilou-se na França, onde foi detido pelos alemães durante a invasão nazista. Enviado para a Espanha, foi julgado por um tribunal militar, sem nenhum tipo de garantias processuais. Condenado a morte, foi finalmente fuzilado em Montjuïc em 15 de outubro de 1940. Não quis que seus olhos fossem vendados e suas últimas palavras, frente ao pelotão de fuzilamento, foram: “Per Catalunya!” [“Pela Catalunha!”].

Fonte: https://www.nodo50.org/age/personajes/lluiscompanys.htm


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