Emancipa Axé promove educação popular antirracista
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Emancipa Axé promove educação popular antirracista

O lançamento da nova iniciativa de organização antirracista da Rede Emancipa foi realizada em um terreiro de São Paulo

Redação da Revista Movimento 5 maio 2023, 08:51

Foto: Levi Munhoz/ASCOM-Sâmia

Foi lançado na última sexta-feira (28) o “Emancipa Axé”, plataforma da Rede Emancipa para resgatar a ancestralidade e promover as culturas afro-brasileira e indígena no contexto de formação dos cursinhos populares, em articulação com as comunidades, para o enfrentamento à intolerância e racismo religioso. Diversas lideranças das religiões de matriz africana e ativistas da diversidade religiosa estiveram presentes no encontro que reuniu mais de 250 pessoas, assim como codeputadas das Pretas (mandato coletivo na Assembleia Legislativa de SP), a vereadora Luana Alves e a deputada federal Sâmia Bomfim, todas parlamentares do PSOL-SP. O evento aconteceu no terreiro Pai João de Angola, no Ipiranga.

Segunda Ana Laura Oliveira, coordenadora da Rede Emancipa e codeputada pelas Pretas:

O lançamento do Emancipa Axé foi um marco muito importante para nós, principalmente pela articulação com as comunidades de povos tradicionais de matriz africana. O aumento das denúncias de intolerância e racismo religioso se dá porque existe um avanço do movimento negro, existe o avanço político de uma vanguarda que se organiza. E os terreiros tem muita relação política com os territórios, são espaços comunitários de resistência. Por essa necessidade de organização do nosso povo, construímos o Emancipa Axé para avançar nessa luta.

A Rede Emancipa é um movimento que defende uma verdadeira democratização do Ensino Superior, organizando cursinhos pré-universitários totalmente gratuitos e sem nenhum tipo de processo seletivo, direcionados a alunos da escola pública e periferias. De acordo com o educador Lucas Castro, coordenador paulista da Rede, a ação surgiu para atender a necessidade de se ter um espaço de diálogo entre os estudantes e pessoas de diversas religiões de matriz africana. Segundo Lucas:

Após um diálogo com povos de terreiro e candomblé, percebemos que vem aumentando os casos de intolerância religiosa, especialmente no estado de São Paulo. Nós entendemos a importância de ter um espaço que a gente consiga conversar com essas pessoas e fazer a defesa dos cultos e das religiões, mas também promover essa cultura para que a gente consiga ter uma sociedade diversa e com respeito a partir das diferenças.

Apoiadora de longa data do movimento, a deputada Sâmia também foi entusiasta da iniciativa:

Conheço a Rede Emancipa há cerca de 12 anos e fico feliz de ver os passos que o movimento vem tomando, dando vez e voz para a realidade do nosso povo, sendo um instrumento de luta e resistência, de transformação social, ressignificando a educação popular, revivendo Paulo Freire e conseguindo organizar o que há de melhor no nosso povo.

Intolerância religiosa

De acordo com os organizadores, o ano de 2022 marcou o crescimento de 106% das denúncias relacionadas à intolerância religiosa no Brasil, sendo São Paulo o estado recordista. No ambiente virtual, esses crimes subiram 522%, segundo dados da ONG SaferNet.

Entre as reivindicações do Emancipa Axé também está a aplicação das leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que tornam obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena no currículo escolar, além da extensão dessa política às universidades e demais espaços de formação. 

“Uma educação que não reflita a nossa cultura não nos serve. A educação que queremos, além de popular, precisa ser ancestral, pois não se trata de religiosidade ou do que se acredita, mas da história que cada terreiro carrega do nosso povo”, comentou Lucas.

Ao fim, o coordenador da Rede Emancipa comemorou: “Saímos dessa atividade ainda mais gigantes e com uma tarefa enorme de mapear ainda mais terreiros e fazer disso uma ferramenta que mobilize o povo de axé para enfrentar as injustiças e os preconceitos”.

Os interessados e interessadas em conhecer melhor o Emancipa Axé e participar desta ou de outras iniciativas do movimento podem entrar em contato pelas redes sociais da Rede Emancipa.


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