Declaração internacional de apoio à Frente de Esquerda e de Trabalhadores – Unidade nas eleições na Argentina
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Declaração internacional de apoio à Frente de Esquerda e de Trabalhadores – Unidade nas eleições na Argentina

O MES/PSOL apoia a coalizão argentina da Frente de Esquerda e de Trabalhadores – Unidade (FIT-U)

Vários Autores 17 out 2023, 07:44

Envie sua assinatura da Declaração internacional de apoio à Frente de Esquerda e de Trabalhadores – Unidade (FIT-U) nas eleições na Argentina no dia 22 de outubro.

Buenos Aires, 6 de outubro de 2023

Nós que assinamos esta declaração expressamos todo apoio às candidaturas da Frente de Esquerda e de Trabalhadores – Unidade (FIT-U) nas próximas eleições presidenciais de 22 de outubro na Argentina, encabeçada pela fórmula de Myriam Bregman e Nicolás Del Caño. Com estes, também temos Vanina Biasi, Cele Fierro, Patricio del Corro e Mercedes Mendieta, na Cidade Autônoma de Buenos Aires; Rubén Pollo Sobrero, Christian Castillo, Néstor Pitrola e Andrea Lanzette, na Província de Buenos Aires; Alejandro Vilca, em Jujuy; Liliana Olivero, em Córdoba; Andrea Villegas, em Salta; Miguel del Plá, em Santa Cruz; lutadoras e lutadores operários, populares e jovens nas listas de todo o país.

Em um contexto de agravamento da crise capitalista mundial, de guerras, ataques às condições de vida das maiorias sociais e uma catástrofe climática, é necessário fortalecer uma saída de esquerda, anticapitalista e socialista, para um governo da classe trabalhadora.

As eleições estão ocorrendo no contexto de uma Argentina próxima de um novo colapso econômico, político e social, com ajustes do governo peronista, Frente de Todos/União pela Pátria, contra a classe trabalhadora e os setores populares mais pobres. Estamos diante de um regime político submetido ao FMI, ao imperialismo, às multinacionais e à burguesia argentina. As recentes eleições primárias (PASO) revelaram o enorme mal-estar social e político de milhões de pessoas com as políticas dos partidos capitalistas tradicionais que administraram o Estado nas últimas décadas, decaindo as condições de vida do povo.

Nas PASO, uma figura por fora dos partidos tradicionais, o ultradireitista Javier Milei, venceu. Milei propõe a dolarização da economia, uma reforma trabalhista fundamental para eliminar os direitos trabalhistas, um plano de privatização. Em outras palavras, um plano para atacar a classe trabalhadora e intensificar a exploração capitalista na Argentina. Seu candidato a vice-presidente e seus principais candidatos são negacionistas da ditadura. Além disso, vociferam que entregarão definitivamente as Malvinas, privatizarão os rios e retirarão os direitos conquistados pelo movimento de mulheres e dissidentes. É por isso que a FIT-U luta ativamente em unidade contra a extrema direita.

O surgimento de Milei ocorreu em um contexto de mal-estar e raiva contra o governo e os políticos tradicionais das patronais. Também num clima político e ideológico conservador gerado pela pressão do grande capital e das grandes coalizões políticas capitalistas em crise profunda. Isso é evidenciado pelos resultados de Patricia Bullrich, representante do partido de direita Juntos por el Cambio, e Sergio Massa, Ministro da Economia do atual governo de Alberto Fernández, responsável pelos ajustes dos últimos anos. Apenas um dia após o PASO, em uma situação social muito grave, Massa aplicou um novo ajuste que encareceu os alimentos e outros produtos essenciais, desvalorizando a moeda em 22%, pedido do FMI. Agora, pressionado por suas próprias necessidades eleitorais, anunciou tardiamente algumas medidas para os setores de trabalhadores, todas completamente insuficientes.

Nesse difícil cenário, a FIT-U se apresenta como uma unidade da classe e da esquerda socialista, composta pelo Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS), pelo Partido Obrero (PO), pela Esquerda Socialista (IS) e pelo Movimento Socialista de Trabalhadores (MST), mais uma vez demonstrando ser a única referência de independência de classe ligada aos trabalhadores, às mulheres e à juventude para enfrentar os partidos capitalistas, pronta para lutar contra o crescimento da direita. De fato, a única força política que se opõe a todos os governos capitalistas que, mais uma vez, na linha de frente nas ruas contra Milei e qualquer um que tente acabar com os direitos da população.

Dos cinco candidatos que concorrerão nas eleições oficiais de outubro, a FIT-U, com sua chapa presidencial encabeçada por Myriam Bregman, é a única alternativa política que propõe romper com o FMI e não pagar a dívida, convocando os trabalhadores, a juventude e todos os setores explorados e oprimidos a lutar por um programa operário e popular para defender seus salários; as pensões, o seguro-desemprego para os desempregados; a distribuição das horas de trabalho sem redução salarial; a redução da jornada de trabalho para 6 horas também sem redução salarial ou os acordos de negociação coletiva, para gerar trabalho com direitos; contra a especulação imobiliária; pela nacionalização dos bancos e do comércio exterior; a expropriação, sob controle dos trabalhadores, das grandes empresas que especulam com os preços e a fome do povo; a defesa dos direitos das mulheres e LGBT+; contra o extrativismo que saqueia, destrói e polui; em defesa do meio ambiente e dos direitos dos povos originários. Isso requer a união de todos os explorados que os patrões e as direções sindicais burocráticas dividem em empregados, contratados, precarizados e desempregados, dando apoio a todas as lutas dos trabalhadores, piqueteiros, populares e da juventude.

Com esse programa, a FIT-U convoca os trabalhadores a enfrentar nas ruas tanto as medidas de austeridade do governo quanto as medidas propostas pela oposição de direita, seguindo o caminho aberto pela recente luta do povo de Jujuy contra uma reforma constitucional antidemocrática, patronal, impulsionada pelas lutas do movimento de piqueteiros independentes e dos sindicatos classistas. Com essa posição, a FIT-U esteve na vanguarda do enfrentamento, dentro e fora da Legislatura de Buenos Aires, contra o ato negacionista e pró-ditadura.

Como foi demonstrado na Argentina e em outros países do mundo, as políticas de centro-esquerda ou “progressistas”, que governam para os capitalistas, paralisam as organizações da classe trabalhadora com a colaboração da burocracia sindical e aplicam políticas de ajustes sem resolver nenhum dos problemas sofridos pelos trabalhadores e pelos setores populares, abrindo caminho para a direita e a extrema direita. Por outro lado, as rebeliões populares na América Latina marcam o enfrentamento contra a ofensiva capitalista e abrem caminho para a luta por um governo dos trabalhadores e pelo socialismo.

Se há uma conclusão fundamental do último período político, é que a extrema direita de Milei na Argentina, de Bolsonaro no Brasil, de Trump nos EUA, Vox na Espanha, Le Pen e Zemmour na França, não pode ser combatida com a aplicação de medidas capitalistas aos que menos possuem direitos. Diante da crise da direita tradicional e do fracasso das variantes de centro-esquerda, a face “progressista” dos ataques capitalistas contra o povo trabalhador, é necessário defender uma política de independência de classe: chamar a classe trabalhadora e o povo a apoiar e intervir nas lutas em curso, superando a paralisia imposta pela burocracia sindical, por demandas urgentes e por um governo dos trabalhadores e do socialismo.

Nas próximas eleições nacionais, a FIT-U é a única força que defende um programa de luta e independência de classe que pode apresentar uma saída política de esquerda à raiva social de amplos setores da classe trabalhadora, das mulheres e da juventude, e que também luta para conquistar novos mandatos de esquerda a serviço da luta contra o avanço da direita e contra todos os ajustes. A FIT-U expressa uma perspectiva de luta para que a classe trabalhadora apresente seu próprio programa para superar a atual crise social com uma saída socialista, para reorganizar toda a economia de forma democrática e racional, de acordo com as necessidades populares, não de acordo com os lucros capitalistas.

Por tudo isso, nós, ativistas, figuras públicas, intelectuais, dirigentes e referências dos partidos que se reivindicam operários, anti-imperialistas e/ou de esquerda, do movimento operário, dos trabalhadores do campo, da juventude, do movimento de mulheres, do movimento LGBTQ+, do movimento ambientalista, dos ativistas e organizações que enfrentam a opressão capitalista, apoiamos as candidaturas da Frente de Esquerda e de Trabalhadores – Unidade (FIT-U) nas próximas eleições presidenciais de 22 de outubro na Argentina e fazemos um chamado para ampliar esse apoio.

* Fernanda Melchionna (deputada federal / PSOL Rio Grande do Sul)

* Sâmia Bomfim (deputada federal / PSOL São Paulo)

* Vivi Reis (ex-deputada federal / PSOL Pará)

* Luciana Genro (deputada estadual / PSOL Rio Grande do Sul)

* Josemar Carvalho (deputado estadual / PSOL Rio de Janeiro)

*Camila Valadão (deputada estadual / PSOL ES)

* Fabio Felix (deputado distrital / PSOL DF)

* Roberto Robaina (vereador / PSOL Porto Alegre)

* Luana Alves (vereadora / PSOL São Paulo)

* Mariana Conti (vereadora / PSOL Campinas)

* Israel Dutra (Secretário Geral do PSOL)

* Mariana Riscali (Tesoureira Nacional do PSOL)

* Leandro Recife (Secretaria Nacional de Formação do PSOL)

* Zeneide Lima (Executiva Nacional do PSOL)

*Diolinda Souza (FNL – Frente Nacional de Lutas)

* Danilo Serafim (SEPE RJ / TLS – Tendência Sindical)

* Frederico Henrique (TLS – Tendência Sindical)

* Etevaldo Teixeira e (TLS – Tendência Sindical)

* Camila Souza – (Movimento Juntos!)

* João Pedro de Paula — (Diretor da UNE- União Nacional de Estudantes)

* Pedro Fuentes (dirigente do MES/PSOL)

* Bruno Magalhães (Coordenador nacional da Rede Emancipa)


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