Anistia ao almirante negro
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Anistia ao almirante negro

O pedido de declaração da anistia política de João Cândido, líder da Revolta da Chibata, está em debate 55 anos após sua morte

Alexandre Terini 18 abr 2024, 19:04

O MPF (Ministério Público Federal) afirmou que o marinheiro João Cândido Felisberto, conhecido como Almirante Negro e um dos líderes da Revolta da Chibata, em 1910, é alvo de uma “perseguição sem fim”. O parecer foi enviado ao MDHC (Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania) no dia 19 de março. O documento faz parte de um inquérito civil aberto pelo órgão com o objetivo de estabelecer medidas de reparação e revalorização da memória do militar, morto em 1969.

O parecer solicita a criação de museus e a classificação de Cândido como anistiado político. A segunda medida daria ao marinheiro direito às promoções que teria recebido caso não tivesse sido expulso da Marinha em 1912 e permitiria que seus descendentes recebessem uma pensão. Um dos filhos de Cândido, Adalberto Nascimento Cândido, está vivo, com 85 anos.

Após provocação do MPF, a Comissão de Anistia disse no último dia 25 que instaurou procedimento de pedido de anistia política. Além disso, o documento também recomenda inclusão do nome de Cândido no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria, que homenageia Zumbi, Tiradentes entre outras figuras de destaque na história do Brasil. O Congresso Nacional deve votar a medida no próximo dia 24.

Procurada, a Marinha não se manifestou. Em outras ocasiões, membros da Força já se opuseram a homenagens a Cândido. Eles afirmam que a revolta liderada pelo marinheiro colocou a cidade do Rio em perigo e envolveu quebra de hierarquia.

COMO FOI A REVOLTA?

Apesar da abolição da escravidão, a Marinha brasileira no início do século XX mantinha condições análogas a escravidão nos seus navios. Os marinheiros – de maioria negra – eram castigados com chibatadas e sofriam más condições de trabalho.

Em 22 de novembro de 1910, 2 mil marinheiros liderados por Cândido se amotinaram. Em uma carta enviada ao presidente Hermes da Fonseca, eles pediram o fim dos castigos corporais, salários maiores, entre outras pautas.

O governo aceitou acabar com os castigos, mas traiu os marinheiros, expulsando e prendendo os revoltosos. Expulso da Marinha, Cândido continuou sendo perseguido até sua morte em 1969 e por muito tempo sua memória foi silenciada.


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