PL pede cassação de Fernanda Melchionna
Valdemar da Costa Neto disse que parlamentar quebrou decoro ao chamar família Bolsonaro de ‘familícia’
Foto: Vinicius Loures/Agência Câmara
Requentando história antiga, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, protocolou junto à Câmara dos Deputados uma representação em que pede a cassação da deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS). Para ele, a parlamentar teria incorrido em quebra de decoro parlamentar por ter chamado a família Bolsonaro de “familícia” e de “bandidos” em discurso na Comissão de Segurança Pública em dezembro de 2023. O requerimento foi feito dias atrás e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), sempre “prestativo”, já enviou a representação ao Conselho de Ética.
No episódio em questão, Fernanda se posicionava contra o projeto que buscava incluir o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no rol de organizações consideradas terroristas. Ela disse ser escandalosa a medida, uma vez que “os escritórios do crime” e “matadores de aluguel que já mataram centenas de pessoas recebendo rios de dinheiro” não faziam parte da lista.
“Inclusive, tinham amizade com o chefe dessa turma aqui da comissão, que é o Bolsonaro, que deu medalha, presente e homenageou um dos maiores bandidos do escritório do crime”, argumentou.
Reação
Frente a nova tentativa de intimidação do partido de Jair Bolsonaro, Fernanda Melchionna qualifica como “patética” a tentativa de cassação.
“A representação do PL é patética. Jair Bolsonaro e seus quatro filhos estão, ou estiveram, todos envolvidos em investigações por diversos crimes. Lavagem de dinheiro, tráfico de influência, ‘rachadinha’, roubo de joias, falsificação de carteira de vacinação, tentativa de golpe de Estado, etc. A lista é imensa. Além disso, há fortes indícios da ligação da família Bolsonaro com as milícias do Rio de Janeiro. Como por exemplo, o fato de que a ex-mulher e a mãe do miliciano Adriano da Nóbrega receberam salários do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro”, afirmou a deputada, em nota. “A representação do partido é só mais uma tentativa de intimidar aqueles que têm a coragem de enfrentá-los. Mas não nos intimidarão. Vamos lutar pelo nosso mandato no Conselho de Ética e seguiremos denunciando os crimes da família Bolsonaro”, completou.