Três meses sem Marielle, seguimos lutando por Justiça!

A luta de Marielle não vai parar, continuará viva em cada lutadordos direitos humanos e especialmente na luta das mulheres negras por visibilidade e dignidade.

Luciana Genro 14 jun 2018, 13:00

Os assassinatos de Marielle Franco e de Anderson Gomes, há três meses, mostram o fracasso do poder público no enfrentamento às milícias cariocas na última década, o que pode ser considerado decisivo para que mortes como a da vereadora e de seu motorista continuem ocorrendo sem punição.

Nas esferas estadual e federal, o poder público se omitiu de adotar, por falta de vontade política, as 58 propostas apontadas pelo relatório da CPI das Milícias no Rio, há 10 anos. A CPI, onde Marielle trabalhou como assessora parlamentar do deputado estadual Marcelo Freixo, indiciou, pelo menos, 226 pessoas, e prendeu vereadores, deputados, policiais civis e militares e agentes da segurança pública como integrantes e apoiadores destes grupos, hoje apontados pela investigação como os principais suspeitos da execução de Marielle.

A omissão dos governos deixou com que as milícias começassem, mais fortemente no começo dos anos 2000, a ocupar as comunidades mais pobres do Rio, que sofrem com a falta de políticas públicas e sociais, com a falta de acesso à habitação digna, sem segurança, sem luz, sem água, sem transporte público decente e sem opções de lazer. Neste período, compreendido pelos governos de Lula e Dilma Rousseff na Presidência da República e Sérgio Cabral no governo do Estado do Rio, pouco foi feito para garantir o cumprimento de uma efetiva política nacional de segurança pública no combate a esses grupos que fazem a população de refém e exercem um poder paralelo onde o Estado deixa brechas.

Freixo relembra que a CPI foi instaurada quase um ano depois das suas primeiras solicitações, ainda em 2007. Ele conta que a CPI só saiu do papel após jornalistas do jornal O Dia serem sequestrados e torturados por milicianos. Quando atingia só os moradores, a atuação criminosa das milícias não sensibilizava, relembrou Freixo. Marielle, criada na favela da Maré, conhecia os crimes praticados pelas milícias, pela Polícia Militar e sabia os problemas da intervenção militar no Rio, por isso, usava seu mandato como vereadora, cargo para o qual foi eleita com quase 50 mil votos, para denunciar essas práticas e fortalecer as periferias.

A luta de Marielle não vai parar. Ela continuará viva em cada lutador e lutadora dos direitos humanos e especialmente na luta das mulheres negras por visibilidade, dignidade e direitos. Exigimos justiça para Marielle e seguiremos exigindo, para ela e para todos os lutadores perseguidos e assassinados por trabalharem para denunciar a omissão do poder público na garantia de uma vida digna à população.

Artigo originalmente publicado no Zero Hora.


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Camila Souza