Após mortandade de peixes, sonar vai avaliar minas em Maceió
Lagoa Mundau

Após mortandade de peixes, sonar vai avaliar minas em Maceió

Instituto do Meio Ambiente coletou amostras de água para determinar se Lagoa Mundaú foi contaminada por sal-gema extraída pela Braskem

Redação da Revista Movimento 4 jan 2024, 09:00

Foto: Gésio Passos/Agência Brasil

Como os ambientalistas já haviam previsto, o colapso da mina da Braskem na capital alagoana está causando danos à fauna da Lagoa Mundaú. No último final de semana de 2023, milhares de peixes apareceram mortos em diversos pontos do reservatório – boa parte deles, sururus, principal espécie pescada no local. O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA)  coletou amostras de água para investigar as causas.

Historicamente poluída, a lagoa foi cenário do colapso da mina 18 da Braskem em 10 de dezembro do ano passado. Apesar de a empresa – que explorou sal-gema por mais de 40 anos às margens da lagoa – alegar que não realiza lançamentos de efluentes, a água do Mundaú tomou o espaço da estrutura subterrânea após o desabamento. A companhia ainda afirma que não houve alteração do padrão típico de qualidade, citando um estudo do Instituto do Meio Ambiente e da Universidade Federal de Alagoas. 

A Braskem enfrenta investigações da Polícia Federal por suspeitas de crimes ambientais relacionados ao afundamento do solo em cinco bairros de Maceió e à remoção de 60 mil pessoas do local.

Sonar 

Um estudo utilizando tecnologia de sonar está programado para avaliar a extensão dos danos causados pelo colapso da mina 18 e em outras minas próximas, divulgou a TV Gazeta nesta terça-feira (2).

A mina que desabou sob a Lagoa Mundaú era uma das 35 utilizadas pela Braskem para a extração de sal-gema. Desde 2019, todas as cavidades estão desativadas, algumas preenchidas com areia. As atividades foram suspensas após o alerta de risco de colapso da mina 18, emitido pela Defesa Civil de Maceió em 29 de novembro.

As cavidades 20 e 21, localizadas totalmente dentro da Lagoa Mundaú e consideradas uma única cavidade denominada 20/21, serão objeto de análise. Essas minas estão conectadas e são as mais próximas da mina 18.

“A gente tem certeza que ela afetou outras minas, mas o tamanho e quanto foi afetado, a gente só vai saber com esse novo estudo. Nos próximos dias, a gente vai se reunir com a Defesa Civil Nacional, Defesa Civil Municipal e outros órgãos para aprovar o plano para que de forma imediata, já nos próximos dias, a Braskem coloque em prática”, disse o chefe da seção de desastres naturais da Defesa Civil Estadual, capitão Douglas Gomes. 

O estudo requer a introdução do sonar em um poço existente na região, sendo operado por um cabo conectado a um caminhão. Caso o acesso ao poço esteja bloqueado, a perfuração de um novo poço será necessária para realizar o exame.

O Ministério de Minas e Energia estabelece um espaçamento mínimo entre as minas, mas o monitoramento indica que algumas cavidades se conectaram, sugerindo que tal distanciamento não foi respeitado pela Braskem ou ocorreu devido às deformações ao longo do tempo. A operação será conduzida por uma equipe de sete pessoas de empresas contratadas pela Braskem, com previsão de duração do exame de sonar em cinco dias.

A Defesa Civil destaca que a área da mina 18 continua afundando, embora a uma velocidade significativamente menor do que antes do rompimento. O monitoramento em tempo real é realizado por meio de equipamentos de alta precisão.


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