No poder até 2030: Putin se reelege pela quinta vez 
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No poder até 2030: Putin se reelege pela quinta vez 

Mandatário russo é o mais longevo no poder desde Stalin. Eleição foi marcada por prisões e mortes de opositores

Tatiana Py Dutra 19 mar 2024, 15:00

Foto: Fotos Públicas

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi reeleito com cerca de 87,3% dos votos, de acordo com resultados divulgados ontem (18) pela Comissão Eleitoral Central. O resultado das urnas permitirá ao ditador permanecer no poder até 2030 com um verniz de legitimidade. Ele já é o líder mais antigo da Rússia desde o ditador Joseph Stalin e terá direito a concorrer à reeleição uma vez mais.

A campanha eleitoral foi marcada por candidatos de oposição mortos, presos, exilados ou impedidos de concorrer. O adversário mais notável do presidente era Alexey Navalny, morto um mês antes do pleito em uma colônia penal no Ártico. Os outros três nomes na disputa do pleito não representavam desafio: eram de deputados da base do governo que não tinham chance alguma de vitória. O segundo colocado teve apenas 4,3% dos votos.

Em seu discurso de vitória na noite de domingo (17), Putin chegou a citar Navalny – coisa que até então se recusava a fazer -, para negar sua culpa sobre a morte e para alfinetar os EUA.

“Quanto ao Sr. Navalny, sim, ele faleceu. É sempre um acontecimento triste. E houve outros casos em que pessoas nas prisões faleceram. Isso não aconteceu nos Estados Unidos? Aconteceu, e mais de uma vez”, disse

Protesto

Antes de morrer, Navalny havia proposto um protesto (algo proibido na Rússia): os opositores do presidente deveriam votar ao meio-dia, no chamado “Meio-Dia contra Putin”). A CNN reportou o crescimento das filas nas zonas eleitorais no horário em Moscou e em São Petersburgo.

“Esta é a primeira vez na minha vida que vejo uma fila para eleições”. Questionada sobre por que veio àquela hora, ela respondeu: “Você sabe por quê. Acho que todos nesta fila sabem por quê”, comentou uma mulher à emissora.

Na Ucrânia

As eleições  duraram três dias e também foram realizadas em quatro regiões ucranianas anexadas por Putin no conflito, que já passa de dois anos. Conforme as autoridades russas instaladas no país, a participação de eleitores na Ucrânia superou os 80%. Porém, há indícios de coerção eleitoral: canais russos no Telegram mostraram soldados acompanhando os funcionários eleitorais indo de casa em casa para coletar votos.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chamou Putin de “ditador” e a eleição da Rússia de “farsa”.

“É claro para todos no mundo que este indivíduo, como tantas vezes aconteceu na história, está simplesmente doente de poder e está a fazer tudo o que pode para governar para o resto da vida. Não há mal que ele não cometerá para prolongar seu poder pessoal. E não há ninguém no mundo que esteja imune a isso”, disse Zelensky.

3ª Guerra

Ainda no domingo, Putin respondeu a jornalistas sobre os comentários do presidente francês Emmanuel Macron, que no mês passado afirmou não descartar o envio de forças europeias para a Ucrânia. O mandatário russo afirmou que isso colocaria o mundo “a um passo da Terceira Guerra Mundial”.

Na ocasião, o presidente ainda anunciou uma nova estratégia para o conflito: criar uma zona de segurança na região da fronteira para evitar que Kiev tenha bases para atacar cidades russas.

No ano passado, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de detenção contra Putin por crimes de guerra cometidos na Ucrânia. Mais de 100 países signatários podem  prender o líder russo se ele pisasse no seu território.

*Com informações da CNN e Reuters


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