Liberdade para Mahmoud Khalil!
Líder dos protestos estudantis nos EUA contra o genocídio em Gaza foi preso e está ameaçado de deportação pelo governo Trump
Foto: Mahmoud Khalil durante o acampamento estudantil pró-Palestina na Universidade de Columbia. (Reprodução)
A recente prisão do estudante da Universidade de Columbia, Mahmoud Khalil, pela agência de imigração dos EUA é o mais recente e um dos mais graves ataques democráticos realizados pelo novo governo Trump. Khalil foi um dos estudantes mais ativos e o principal negociador do acampamento estudantil ocorrido sua universidade contra o genocídio palestino, sendo uma das principais figuras do movimento que se espalhou pelos campi dos EUA e de outros países.
Imigrante sírio com status legal de permanência nos EUA, Khalil é casado com uma americana grávida de 8 meses e teve seu visto de estudante revogado pelo governo Trump sem ter sido acusado de nenhum crime. Acusado de antissemitismo por defender o povo palestino, foi preso em sua casa em Nova York na frente da esposa e enviado a um centro de detenção de imigrantes na Louisiana, a milhares de quilômetros de casa. No momento, sua deportação está suspensa pela justiça para análise do caso.
Segundo Trump, “esta é a primeira prisão de muitas que virão” contra ativistas políticos no país e Marco Rubio, secretário de Estado do governo norte-americano, declarou que “revogaremos os vistos e/ou cartões de residência dos apoiadores do Hamas nos Estados Unidos para que possam ser deportados”. O cancelamento do visto de Khalil, sua prisão e possível deportação são fundamentados por seu suposto “antissemitismo” e apoio à “grupos terroristas”, numa ação sem precedentes que o transformam de fato em um preso político.
A rede de solidariedade a Khalil cresce cada vez mais. Na última segunda-feira (10/03), uma manifestação tomou as ruas de Manhattan denunciando o sequestro de Khalil pelas forças do governo e a perseguição aos estudantes imigrantes que atuaram nos acampamentos pró-Palestina. A indignação se espalhou também por outras universidades dos EUA, com inúmeras declarações da comunidade acadêmica denunciando a ação ditatorial. No estado de Nova York, a deputada Alexandria Ocasio-Cortez e mais quase trinta parlamentares já se declararam pela imediata soltura de Khalil.
Essa ação representa mais um passo na escalada autoritária do líder mundial da extrema direita. Apoiado pelo lobby sionista que estimula perseguições políticas a todos aqueles que denunciam o sistemático genocídio do povo palestino, Trump aprofunda seu plano declarado de mudança do regime político estadounidense, atacando a oposição e criminalizando a ação política. Na tentativa de disseminar o medo e impedir novas ações de resistência, Trump aposta tudo no aumento à repressão e mira especialmente nas comunidades imigrantes como alvos de suas agressões xenófobas.
É o momento de total solidariedade à Khalil e a todos os ativistas e imigrantes perseguidos por Trump! A juventude norte-americana já demonstrou sua força na luta contra a extrema direita racista no grande levante popular do Black Lives Matter, que foi central na derrota eleitoral do próprio Trump em 2020. A luta em defesa de Khalil é parte central da luta contra a extrema direita ao redor de todo o mundo e devemos levantá-la também desde o Brasil.
Liberdade para Mahmoud Khalil! Palestina Livre do Rio ao Mar!