Oposição pede que Aras investigue Bolsonaro por incitação ao ódio
CCJ - Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania

Oposição pede que Aras investigue Bolsonaro por incitação ao ódio

Parlamentares do PSOL destacam desespero do presidente para limpar sua imagem após assassinato no Paraná

Revista Movimento 13 jul 2022, 19:00

Parlamentares de partidos de oposição no Congresso Nacional entregaram um requerimento ao procurador-geral da República, Augusto Aras, para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja investigado por incitar crimes de ódio. O pedido foi entregue nesta terça-feira, um dia após o funeral do dirigente petista Marcelo Arruda, assassinado pelo bolsonarista Jorge José Guaranho em Foz do Iguaçu (PR).

As deputadas Sâmia Bonfim e Fernanda Melchionna, do PSOL, são signatárias do requerimento, que também pede a federalização da investigação do assassinato. O documento também foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Uma das justificativas para o pedido de investigação do presidente são as condutas que “de forma reiterada, para além de ameaçarem a ordem democrática e a integridade física dos brasileiros, configuram, em tese, crimes definidos no Código Penal e em legislação especial”.

“As lives e manifestações públicas do Representado, em geral, configuram verdadeiras exortações de ódio a setores da população brasileira que ousam divergir de suas opções políticas, posturas e compreensões de mundo, o que não pode, jamais, ser admitido como normal, aceitável, ou ser abarcado pela imunidade processual que detém o Presidente da República, na quadra democrática vigente”, afirma o texto da representação.“Entreguei, junto com diversos parlamentares da oposição, a Augusto Aras um pedido para que Bolsonaro seja investigado por sua conduta de incentivo a atos de violência.

Reiteradamente, Bolsonaro propaga discursos de ódio, além de diversas outras ações que ameaçam as liberdades democráticas e incitam a violência contra opositores políticos. Ações essas que culminaram no assassinato de Marcelo Arruda, por exemplo. É inadmissível! Queremos que Bolsonaro seja investigado”, comentou Fernanda Melchionna no Twitter.

Para melhorar imagem, Bolsonaro tenta aliciar irmãos de petista morto

Na mesma terça-feira, Jair Bolsonaro deu mais uma demonstração de falta de escrúpulos, ao ligar para dois irmãos de Marcelo Arruda, José e Luiz, simpatizantes de seu governo. Conforme o jornal Folha de S.Paulo, a chamada por vídeo foi intermediada pelo deputado bolsonarista Otoni de Paula (MDB-RJ), que esteve na casa de um dos irmãos de Arruda.

Na conversa – em que mais tentou se defender do que se solidarizar com a perda da família – o presidente da República convidou a ala bolsonarista da família para viajar a Brasília, e fazer um tour pelos palácios do Planalto e da Alvorada. Além disso, Bolsonaro prometeu promover uma suposta “entrevista coletiva” em Brasília, em que, junto com os irmãos, acusaria os partidos de esquerda de politizar a morte do dirigente petista.”Eu faria isso para vocês terem a imprensa na frente de vocês para mostrar o que aconteceu. Se bem que a imprensa dificilmente vai voltar atrás, porque grande parte da imprensa tem o seu objetivo também, que é desgastar o meu governo”, completou Bolsonaro.

Cada vez mais longe do primeiro lugar nas pesquisas eleitorais, comum governo continuamente envolvido em escândalos (sexuais e de corrupção), Jair Bolsonaro joga baixo para tentar limpar sua imagem. Não houve mensagens de condolências à viúva de Arruda, nem mesmo um lamento público pelo episódio. Apenas tentativas de se esquivar da pecha de maior incentivador da violência política no Brasil.

“Perversidade sem limites! Bolsonaro procurou dois irmãos bolsonaristas de Marcelo Arruda (que não estavam no aniversário) apenas para que eles participassem de uma coletiva para limpar sua imagem. Mas nenhuma mensagem de solidariedade à viúva do militante do PT. Só estímulo à violência!”, observou a deputada federal Vivi Reis.“Bolsonaro não está preocupado em confortar a família do militante petista assassinado por um apoiador em seu nome. Sua moral repugnante e violenta o faz procurar unicamente uma forma de não perder pontos nas pesquisas por conta da tragédia. Não quer paz, quer violência”, avalia Sâmia Bomfim.


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