O recuo de Lira
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O recuo de Lira

O presidente da Câmara recuou do “PL do Estupro” após grande pressão do movimento feminista

Israel Dutra 24 jun 2024, 13:04

Foto: Reprodução/BdE

O principal fato político da semana foi o recuo de Lira em relação ao PL 1904. Após o atropelo cometido pelo presidente da Câmara, colocando em regime de urgência a proposta do fundamentalista Sóstenes Cavalcanti que colocava em risco uma série de direitos reprodutivos das mulheres, um potente movimento de ruas e na opinião pública se ergueu. Como descrito por Paula Kaufmann no editorial da semana passada.

Assim que Lira anunciou que apenas tratará do tema após as eleições municipais, num claro recuo diante da entrada em cena do movimento de mulheres. A força das feministas indicam um caminho para lutar contra a extrema direita, sem fazer concessões programáticas e apelando às ruas.

O exemplo que arrasta

Tão logo foi anunciado o PL 1904 por Lira, o movimento das mulheres- evocando outros importantes momentos como a “primavera feminista”- se colocou em ação. Foram dezenas de milhares que saíram às ruas para protestar contra o que ficou conhecido como PL do Estuprador, levando cartazes que anunciavam que “Criança não é mãe”. Dois terços da população, segundo pesquisa de opinião, ficaram contra o PL.

O reacionário Sostenes teve que citar o PSOL – ao propor a retirada da ação que o Partido leva adiante com Anis, Débora Diniz, etc em favor do aborto Seguro no STF- colocando em evidência a força política que protagoniza essa defesa. A resposta do PSOL, direta e correta: “os direitos das mulheres não estão para serem negociados”.

Nesse quadro, a Deputada Samia Bonfim, com aparições na grandes imprensa, discursos e destaque nas redes ganhou destaque ao representar no âmbito política a urgência das ruas. O próprio Lira “vazou “ a imprensa seu desconforto com a ação da deputada.

O governo e o impasse

Além da luta das mulheres, outros debates seguem candentes. Se por um lado, Lula critica Campos Neto, tratando como “inimigo”, reclamando a queda dos juros, por outro o governo segue optando pela conciliação. Haddad, a seu modo, segue com o ajuste, a defesa do arcabouço e privilegiando os interesses do rentismo.

Guimarães, líder do governo, já se comprometeu com a versão piorada de privatista do NEM, que volta agora à Câmara dos deputados. A atuação do governo na importante greves das federais foi desastrada, onde tentou fechar negociações com o sindicato chapa branca e teve de recuar.

Com a ação da extrema direita, fustigando na luta política e nas eleições que se avizinham seu programa, figuras e perfil, o governo opta pela conciliação, não apontando caminhos para uma luta coerente por direitos, pela defesa do meio ambiente e contra a oposição golpista.

A agenda da esquerda e o papel do PSOL

A Folha de SP, em editorial, aponta o caminho que um setor da burguesia quer: sair da agenda da extrema direita e focar no ajuste fiscal.

A luta das mulheres contra Lira foi exemplar, colocando as ruas em evidência, destacando o papel das parlamentares do PSOL.

Diante das eleições que já começam a tomar conta do debate nos municípios, é preciso reforçar o papel programático- dos eixos democráticos, políticos e econômicos; enfrentar o tema do juros, lutando contra os nefastos efeitos do Novo Arcabouço Fiscal, tomando exemplos como o da suspensão da dívida pública para reconstrução do Rio Grande do Sul. A luta em defesa do meio-ambiente, como o movimento contra a PEC que privatiza as praias e contra a exploração de petróleo na Foz do Amazonas.

Apontar pelo caminho de criar maioria social ao redor de temas programáticos, reforçar o chamado às ruas(seguindo o exemplo das mulheres, pelo arquivamento do PL 1904 ), preparar a intervenção eleitoral para derrotar a extrema direita e reforçar a necessidade de uma alternativa.


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