Em defesa da Plenária do PSOL em Mussurunga – Salvador
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Em defesa da Plenária do PSOL em Mussurunga – Salvador

A anulação da plenária do PSOL ocorrida em Salvador teve o objetivo de distorcer a democracia partidária em seu 8º Congresso

Foto: Foto da Plenária de Mussurunga – Salvador / Ascom PSOL Bahia

A reunião da Comissão Nacional responsável pela realização do 8º Congresso Nacional do PSOL, realizada no dia 17 de agosto, foi marcada mais uma vez pela atuação dos setores do PTL, de utilizar critérios com fundamentos frágeis, para invalidar votos de filiados das forças políticas contrários às suas posições, com a finalidade de criar uma distorção na correlação de forças interna do partido.

O alvo dessa vez foi a plenária da capital baiana, Salvador, realizada no bairro de Mussurunga. Uma plenária massiva e popular com votos de uma ampla maioria de setores independentes, que foi amplamente fiscalizada por todos os setores políticos do partido.

A maioria da comissão votou pela derrubada, tentando argumentar critérios que já foram flexibilados em outras plenárias massivas, entre essas as próprias plenárias do Amapá, Belém e São Paulo. Plenárias essas que estabelecem o caos nas votações, com diversos filiados que votam intimidados por relações de aparato e com muito tensionamentos entre os setores que estão na fiscalização e quem dirige essas plenárias. E mesmo assim, com todos os problemas que denunciamos por muitos congressos, essas plenárias nunca tiveram suas votações invalidadas, mesmo sabendo que as formas que constituem acabam privilegiando os setores do PTL na correlação de forças do partido.

Mas agora esses setores derrubaram uma plenária sem nenhum fundamento político ou jurídico concreto, colocando para fora do congresso do partido mais de 800 filiados.

Com denúncia graves que não conseguem se sustentar e nem serem comprovadas, com único objetivo de mudar a correlação de forças de forma ilegítima e totalmente autoritária.

A votação da plenária de Mussurunga foi desconsiderada sem qualquer critério, instalando um caos político no partido.

Como serão consideradas outras plenárias onde acontece grande afluxo de filiados aos locais de votação, quais outras plenárias também serão invalidadas por esse critério?

Não existe nenhum dispositivo no regimento ou estatuto do partido que autorize a deliberação.

Setores que dizem defender a democracia interna do PSOL foram tão criteriosos na Plenária de Mussurunga, mas silenciam frente barbaridades que acontecem do lado da tendência PSOL Popular.

Nós repudiamos a manobra política articulada na última reunião da comissão do congresso, do dia 17/08, que impediu que centenas de filiados pudessem usufruir de seu direito consagrado no estatuto partidário.

Nosso estatuto será rasgado, se mantida esta decisão casuística.

Para além, a decisão desrespeitou um trabalho popular, a militância de setores políticos do partido e principalmente a nossa democracia interna.

A plenária de Salvador, realizada no bairro de Mussurunga, cuja regiao concentra o maior número de filiados do PSOL na capital baiana, contou com ampla fiscalização, cumpriu os prazos regimentais e registrou no voto a posição política de seus filiados.

A decisão de parte da Comissão Nacional em querer impor a anulação destes votos não está ligada a nenhuma regra de realização das plenárias, mas ao desejo único e exclusivo de alterar os resultados do Congresso, invalidando a posição expressa através do voto pelos filiados.

Essa decisão, caso mantida, abre um grave precedente no PSOL e põe em dúvida o resultado do congresso.

Diante desta manobra, nos retiramos da reunião pois não reconhecemos como legítima a votação da impugnação desta plenária pela Comissão Nacional do Congresso.

Assinam:
Everton Vieira
Leandro Recife
Mariana Riscali
Zeneide Lima


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Pedro Micussi