Um mês decisivo para a história do Brasil

Um mês decisivo para a história do Brasil

É necessário um esforço concentrado para derrotar Bolsonaro nas urnas, elegendo Lula, se possível, no primeiro turno.

Israel Dutra e Thiago Aguiar 2 set 2022, 18:12

A eleição de 2 de outubro aproxima-se: apenas um mês separa-nos do domingo em que milhões de brasileiros vão às urnas. A esperança de amplos setores populares é conseguir interromper o pesadelo do governo Bolsonaro. Essa é a principal definição e a principal tarefa que a militância do PSOL e seus apoiadores têm de levar em conta nos próximos 30 dias.

O que realmente está em jogo?

A disputa entre Lula e Bolsonaro carrega um sentido profundo. Bolsonaro ensaia a necessidade da mudança para um regime autoritário, atacando desse modo o que resta de direitos populares e cerceando as liberdades democráticas. Bolsonaro não quer apenas governar por mais quatro anos: quer impor um novo regime, sem esconder que seu projeto é “colocar a esquerda na ‘ponta da praia’ ou no exilio”.

A eleição de outubro condiciona os próximos anos. Bolsonaro não pôde executar sua proposta golpista porque não há, por ora, relação de forças que possibilite seu sucesso. Isso ocorreu por algumas razões: sua eleição e seu governo tiveram elementos de improviso; o movimento de massas conseguiu pautar a resistência e disputar a narrativa diante do trauma da pandemia (verdadeiro genocídio de quase um milhão de pessoas); e pela disputa entre setores da classe dominante que não defendem um projeto golpista neste momento.

Não se pode deixar de assinalar que o processo eleitoral consolida uma contradição forte entre o bilionário fundo de financiamento e a miséria do povo, um processo que se expressa no rebaixamento programático do debate público. Tais contradições também se expressaram no debate do último domingo. Bolsonaro revelou-se plenamente: um troglodita antipopular e misógino, incapaz de defender seu governo de morte e destruição e seus planos golpistas. No entanto, Lula esteve aquém do desempenho esperado pelos milhões que querem enfrentar Bolsonaro com força para derrotá-lo em outubro.

Lutar e vencer

É necessário vencer ainda no primeiro turno para esmagar os planos golpistas de Bolsonaro e enfraquecer a extrema-direita que seguirá existindo após outubro. Lula, independentemente do balanço de seus governos anteriores, é o único que pode derrotar de Bolsonaro. É preciso transmitir essa mensagem com força para todos os setores que ainda estão em dúvidas, que podem deixar de ir votar, e também para os eleitores de outros candidatos, como Ciro e de setores minoritários de esquerda. Faz diferença votar em Lula para vencer no primeiro turno. As pesquisas de opinião, até aqui, mostram que essa é uma possibilidade concreta, mas para nada assegurada. Embora vencer no primeiro turno não seja simples, a luta segue sendo por essa tentativa.

Nossa unidade ao redor da candidatura de Lula é pontual, para derrotar Bolsonaro. Enquanto perdurar e se aprofundar a conciliação de classes, haverá mais descontentamento social com um modelo econômico em crise e um regime político apodrecido. Sabemos que somente nas ruas será possível isolar e derrotar a corrente neofascista bolsonarista que adquiriu peso de massas no Brasil.

Eleger Lula para derrubar e prender Bolsonaro

Nas próximas quatro semanas, mais do que nunca, é necessário um esforço concentrado para derrotar Bolsonaro nas urnas, elegendo Lula, se possível, no primeiro turno. Além das atividades de campanha, é fundamental responder com manifestações de massa às provocações golpistas que o bolsonarismo organizará em 7 de setembro. Por isso, estaremos nas ruas nos protestos do dia 10. Massificando a campanha, será possível derrotar Bolsonaro.

Mas é preciso ir além, exigindo a responsabilização pelos crimes de seu governo e pelo golpismo. Vamos lutar para colocá-lo na prisão! Por fim, em outubro, temos a missão de eleger deputados socialistas da ala esquerda do PSOL para seguir a luta em defesa dos direitos da classe trabalhadora e do povo brasileiro, em busca da construção de uma sociedade socialista.


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Pedro Micussi